Música & Poesia
Penumbra (letra da música)
Ávido som que a primavera traz nas manhãs...
No cheiro doce duma maçã... Do amor que ficou pra trás
Cálida luz que acende a cor de toda paixão
Na timidez de um riso no breu
Penumbra de um novo adeus
A media luz / divina luz / dividida luz
Cálido som que emana a voz em pleno prazer
Dizer te amo nem sempre é tão bom
Num clima de já passou
Ávida luz digere um beijo que não marcou
A despedida deste amor
Amor que a razão desfaz
A media luz / divina luz / dividida luz
Passou (letra da música)
Visto o céu numa estrela que de todas escolhi
Piso sonhos na calçada sem saber o que vivi
Vivi nas estrelas... Um cometa a luzir
Tenho o rastro do infinito
Eu sei que passou ou você que passou... E aí
E eu sei das estrelas... Dos caminhos que segui
Os teus e os meus... O toque do adeus
Que nos teus olhos vi... Eu vivi nas estrelas
Eu sei que passou... Que tudo passou... E aí
Nas sendas do som (letra da música)
Nos horizontes que invento as luzes não de neon
São flashes que os pirilampos entoam na minha canção
Há de cumprir-se as sendas... Há de cumprir-se então
Nas sendas do som... Nas sendas do som tudo louva
E tudo de bom... E tudo de bom está no som
Tom Azul (letra da música)
Na madrugada tudo é azul
Me visto dela e eu sou azul
Em luzes astrais na vida de tom azul
Acendo um cigarro e bebo mais um
No outro dia eu sou nenhum
De tantos iguais que furtam o tom azul
As bocas procuram o dom do prazer
E sabem dum jeito pra logo esquecer
As dores carnais num beijo de tom azul
As pedras da praia escutam o mar
Que em paz se bronzeia à luz do luar
E é lindo demais num brilho de tom azul
Demais (letra da música)
E se eu disser que nunca mais
Vou dar um tempo pra o depois
Na linha do infinito o agora tanto faz
Talvez descubra que o depois
Esteja perto do jamais
Se há caminhos certos os erros são iguais
E se puder eu vou deixar pra trás
Todos meus mais secretos desejos
Que são demais
Sem saída (letra da música)
Estamos nos becos da cidade
À margem da réles sociedade
Comendo as farpas do país
Diante de um júri sem juíz
A vida não passa de um programa
De vídeo, de rádio ou de cama
É grana, é lama, é pó, é cruz
Andando na contramão da luz
Último que apague a luz
A vida é um querer que pode se perder por aí
Estamos nos becos da cidade
Sem nome, sem cara, identidade
Sugando as cores do país
Nos peitos de alguma meretriz
Nas ruas aflora a violência
E as urnas retratam a inconsciência
É grana, é lama, é pó, é cruz
Andando na contramão da luz
Último que apague a luz
A vida é um querer que pode se perder por aí
Os ausentes são sementes lá do céu (letra da música)
Com o arado a cumprir a verga
O plantador traz em suas mãos
O sêmen para a terra... Fecunda vida fecunda
Fecunda vida fecunda... Vida
Geme a terra por sementes
Tantas bocas sem sorrir
E o prato dos ausentes... Quem haverá de servir
Quem haverá de servir... Os ausentes daqui
Bocas calam bocas e tão poucas podem mais
Loucas são as bocas que se calam sem ter mais
Sementes dos ausentes fecundam lá no céu
E a terra chora aos homens sementes lá do...
Céu dos ausentes que na terra são sementes
Loucas são as bocas que se calam sem ter mais
Sementes dos ausentes fecundam lá no céu
E a terra chora aos homens sementes lá do céu
Fecunda vida fecunda
Fecunda vida fecunda... Vida
Profissão: Marginal (letra da música)
Nasci com cheiro das alcovas, dos bordéis
E entorpecido sobrevivi entre os cruéis
Todo dia a sirene anuncia que os caminhos são estreitos
Cada um tem o seu lado nesta via principal
Corre o sangue na calçada de alguém mal avisado
Que pegou o lado errado e não entendeu minha explicação
Deus tô repartindo o teu pão... Oh Deus! Tô repartindo o teu pão
Todo crime é organizado seja deste ou do outro lado
Todo dia tem um crime de caráter capital
Todo mundo tem direitos, mas em mim só há defeitos
De nascência, procedência... Totalmente marginal
Deus tô repartindo o teu pão... Oh Deus! Tô repartindo... Iêêêêê
Gritam os homens: nas vilas há fome!
Cantata ao Rio (letra da música)
Em meu leito feito um rio
Rolam vozes atrozes em caudal
São velhas roupas esquecidas
São lembranças deixadas no varal
Se já é tempo de quimeras
Viajar sem tempo de voltar
Retirar o pó das velhas tralhas
Desnudar a alma e cantar
Cantarei por razões que em sonho grito
Cantarei por visões que desconheço
Cantarei todas vozes do meu leito
Como um rio cantarei a terra e o mar
Canto o rio, canto o cio
Das margens do rio eu vou cantar
Canto o rio, canto o cio
Do meu leito em rio eu vou cantar